quarta-feira, Setembro 03, 2008
Os primeiros aviões em Portugal (act.)
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Segundo os registos, foi em 27 de Outubro de 1909, ano importante para a aviação em que Blériot efectuou a 1ª travessia da Mancha, que se verificou a 1ª tentativa de voo em Portugal, no antigo hipódromo de Belém, pelo piloto francês Armand Ziptel num Voisin Antoinette de 40 CV, que resultou apenas num salto de 200 metros a 8 metros de altura.
Em 11 de Dezembro de 1909, o inventor português João Gouveia, que fabricava papagaios voadores desde 1907, apresentou à Academia de Ciências o seu projecto de avião "Gouveia" com 9 metros de envergadura e motor Anzani de 26 CV, tendo construido um hangar no Seixal em 1911, onde montou o avião e fez experiências, tendo acabado por abandonar o projecto, devido a avarias e falta de meios financeiros.
No principio de 1910 surge outro projecto, do inventor Abeillard Gomes da Silva, cujo avião "Gomes da Silva" construido por si em Paris, não conseguiu levantar voo no aeródromo de Issy les Moulineaux. Mais tarde, com o "Gomes da Silva II" de 6,75 metros de envergadura, com um peso de 185 quilos e equipado com um motor Anzani de 28 CV, montado em Tancos, fez várias tentativas falhadas devido às más condições da pista, tendo abandonado o projecto depois do avião se ter danificado contra um talude.
No principio de 1910 surge outro projecto, do inventor Abeillard Gomes da Silva, cujo avião "Gomes da Silva" construido por si em Paris, não conseguiu levantar voo no aeródromo de Issy les Moulineaux. Mais tarde, com o "Gomes da Silva II" de 6,75 metros de envergadura, com um peso de 185 quilos e equipado com um motor Anzani de 28 CV, montado em Tancos, fez várias tentativas falhadas devido às más condições da pista, tendo abandonado o projecto depois do avião se ter danificado contra um talude.
Posteriormente, em Abril de 1910, também no hipódromo de Belém, o suiço Amadeo Taddéoli não fez mais que umas pequenas demonstrações de voo no seu Blériot, o qual acabou se despenhando sobre o telhado duma casa térrea em Pedrouços, saindo o piloto ileso.
O primeiro voo a sério foi então realizado pelo francês Julien Mamet em 27 de Abril do mesmo ano, "que depois de descrever um largo círculo a 50 metros de altura, no seu Blériot XI, sobrevoou a Casa Pia e passando sobre o Tejo, regressou ao ponto de partida, onde a multidão entusiasmada lhe dispensou uma calorosa manifestação", como descreveu o Boletim do Aero Clube de Portugal, editado em 1911.
O primeiro voo português em aeroplano com motor, foi realizado a 10 de Setembro de 1912, pelo piloto Alberto Sanches de Castro, que entusiasmado com o exemplo de Mamet resolveu fazer o curso de piloto em França (que não terminou por razões de ordem económica) tal como D. Luis de Noronha (o primeiro português a obter o brevet nº1.178 de piloto aviador, pelos regulamentos da FAI, a 26 Dezembro 1912, e posteriormente o brevet militar de Chalons, segundo a Revista Aeronautica de Março/Abril 1913 e Janeiro a Março de 1916 do Aero-Clube de Portugal, enquanto Edgar Cardoso indica ter sido o "patrício e compatriota" Óscar Blank o primeiro piloto português a obter o brevet nº 8 em 9 Julho de 1909), num monoplano Bleriot, tipo "Travessia da Mancha", com motor Anzani de 25 HP, no Mouchão da Póvoa, com uma pista de 1200 metros, assim descrito na Revista Aeronautica: "os voos realizados foram quatro, todos em linha recta, sem viragens, sendo dois no sentido leste-oeste, e dois em sentido contrário. A maior distância de voo foi de 450 metros, percorrida em 30 segundos, e a maior altura obtida foi de 5 metros".
Deperdussin Tipo B
Entretanto, a 28 de Setembro de 1912, chegou a Lisboa um monoplano Deperdussin Tipo B, de 8,5 metros de envergadura e equipado com um motor Gnome de 50 CV, por intermédio do jornal "O Século", oferecido pelo Coronel brasileiro Albino da Costa ao Governo Português, como prova do não esquecimento das suas origens lusitanas (Cedrim, Server do Vouga). Em 15 de Junho de 1913 este avião foi pilotado pelo francês Alexandre Sallés, durante o Concurso Internacional de Lisboa, após o que foi integrado na Companhia de Aerosteiros, tendo em Janeiro de 1916 sido entregue à Escola de Aeronautica Militar de Vila Nova da Rainha, quando foi construido o primeiro hangar. Foi neste avião que se realizou o primeiro voo em Vila Nova da Rainha, a 17 de Julho de 1916, portanto antes da abertura oficial da Escola, sendo o piloto o tenente Santos Leite. Mais tarde, já com as asas cortadas, este avião passou a ser usado sómente para rolar na pista e treinar preparativos de voo.
No mesmo dia 28 de Setembro de 1912, o francês Leopoldo Tréscartes, efectuou um voo no hipódromo de Belém e mais tarde outros no Porto, com um avião Maurice Farman MF4, de 15 metros de envergadura com um motor Renault de 70 CV adquirido pela Creche fundada pelo jornal "O Comércio do Porto". Este avião foi mais tarde oferecido ao Exército Português, sendo integrado em Vila Nova da Rainha. Foi neste avião, conhecido por "Casta Susana", que Sacadura Cabral deu ao seu futuro companheiro de glória, almirante Gago Coutinho, o baptismo de voo, na manhã de 23 de Fevereiro de 1917.
A 8 de Outubro de 1912, chega a Lisboa, um biplano Avro 500, baptizado com o nome "Républica", com um motor Gnome de 50 CV, adquirido em Inglaterra por 900 libras, por subscrição aberta pelo Partido Republicano Português.
Realizou voos de propaganda aeronautica, tendo num deles caído ao Tejo. Depois de recuperado o aparelho não há indicação que o mesmo tenha voado mais.
Hidroplano de Instrução Borel
A 11 de Outubro de 1912, o francês Michel Poumet efectuou no Porto, vários voos num aparelho Borel e a 8 e 9 de Novembro do mesmo ano, o piloto francês Morel voou o avião Voisin aquirido pelo jornal "O Século", que acabou por se despenhar no muro da Carreira de Tiro de Pedrouços.
Aeródromo improvisado de Pedrouços
Pilotando um Blériot XI, o francês Alexandre Sallés que se exibia que se exibia no hipódromo de Belém des 17 de Janeiro de 1913, aterrou na pista improvisada nas terras do Casal do Borel na Amadora, em 26 de Janeiro de 1913. Devido a ser ter danificado na aterragem, foi o avião reparado pelo pessoal da fábrica de espartilhos Santos Mattos & Cia, tendo em agradecimento o piloto baptizado este avião de "Amadora" e partido para exibições em todo o País que duraram até Maio de 1914.
Para dar mais importância ainda ao ano de 1912 na evolução da aviação em Portugal, foi também em Dezembro de 1912 que foi apresentado o relatório da Comissão encarregada do estudo da organização da da aviação em Portugal, sendo a Aeronautica Militar criada em 14 de Maio de 1914 e a Aviação Naval em 28 de Setembro de 1917, e o primeiro concurso para (10) pilotos ocorrido em 14 de Agosto de 1915. (Fontes: "História da Força Aérea Portuguesa" de Edgar Pereira da Costa Cardoso - coronel piloto aviador e revista Aero Clube de Portugal).
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