quarta-feira, 4 de julho de 2012

A Fé do outro.


A Fé do outro.

Depois de pouco mais de trinta anos pedindo misericórdia eu concluo que o que eu tenho é esperança e não fé. Pessoas que convivem comigo tentam me corrigir dizendo que eu sobrevivi esses trinta anos o que por si só já é um milagre. Concordo. São palavras consoladoras e no mais fundo de seu sentido expresso são absolutamente verdadeiras.

Todavia hoje eu me deparei com o texto bíblico que narra o episodio do centurião romano pedindo a Jesus a cura de seu servo. Diz ele: “Senhor eu também tenho homens sob meu comando e se digo a um... vem ele vem; se digo a outro vai... ele vai”. (...)

Jesus então responde: “Nem em Israel vi homem com tanta fé. Vai seu servo já está curado”.

Eu nunca havia me colocado no lugar do servo do centurião. Lá estava ele doente; sem fé; sem se preocupar com religião; impotente no seu leito de morte; sem se preocupar se tivera méritos ou não se abandonava ao seu sofrer. Mas eis que alguém com fé... longe; muito longe dali pedia a Deus por ele. A fé do centurião intercessor obtém de Deus a sua cura. Para tanto não há rito algum; não há nenhuma magia; não há nenhum pedido de sacrifício ou conversão... apenas a fé do centurião move a compaixão de Deus.

Nessa altura de minha vida eu espero na fé de alguém. Alguém que me é muito caro e que precisa lembrar-se de mim com misericórdia e por mim (eu) interceder com aquela fé que Jesus () não viu nem mesmo entre os seus.

Essa é a minha esperança. Das virtudes teologais a mim foi dada a Esperança. Hoje eu necessito da fé do outro. Rogo a Deus que nesse mundo ainda haja alguém que tenha essa fé tão necessária para a cura de tantas ilusões.





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